Inteligência Artificial pode acrescentar até 22 mil milhões de euros ao PIB português na próxima década

30 de Junho, 2025

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A adoção alargada de inteligência artificial (IA) generativa pode acrescentar até 22 mil milhões de euros ao Produto Interno Bruto (PIB) nacional nos próximos dez anos. A conclusão é de um estudo divulgado pela Implement Consulting Group, em colaboração com a Google, que alerta para o impacto económico expressivo desta tecnologia se for integrada de forma eficaz nas empresas portuguesas.

Texto de Vanessa Ezequiel Lopes

Imagem Observador

Segundo o relatório, o efeito potencial representa um aumento de cerca de 8% no PIB nacional. Contudo, o estudo avisa que esse crescimento poderá ser comprometido caso a taxa de adoção de IA continue reduzida. Atualmente, apenas 8% das empresas portuguesas utilizam ferramentas de inteligência artificial — uma percentagem muito inferior à de outros países europeus.

A análise destaca ainda que, se a adoção for atrasada em cinco anos, o impacto da IA no PIB poderá ser reduzido para apenas 2%, o que equivale a perdas entre 3 a 5 mil milhões de euros por ano.

Os sectores mais beneficiados incluem os serviços intensivos em conhecimento, como consultoria e finanças, que podem ganhar cerca de 6 mil milhões de euros, seguidos do comércio, turismo e transportes, com ganhos estimados de 5 mil milhões. O sector público, nomeadamente saúde, educação e administração pública, poderá ver um reforço de 4 mil milhões de euros no seu contributo económico.

Para além do impacto económico, o estudo aponta também efeitos relevantes no mercado de trabalho. Embora 60% dos empregos possam beneficiar com o uso da IA, cerca de 6% das funções estão em risco de serem automatizadas, particularmente em áreas como atendimento ao cliente e tarefas administrativas.

Bernardo Correia, diretor-geral da Google Portugal, defende que o país “tem uma oportunidade única de acelerar o crescimento económico” através da IA, mas alerta para a necessidade de investir na formação de profissionais e no reforço da capacidade tecnológica.

O relatório recomenda um conjunto de medidas prioritárias, entre as quais o investimento em infraestruturas digitais, a qualificação da força de trabalho e a criação de políticas públicas que incentivem a inovação. A meta, segundo os autores do estudo, passa por garantir que as pequenas e médias empresas (PME) não fiquem para trás neste processo.

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